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Erosão

Hoje falaremos sobre erosão, que é considerada um processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou de fragmentos e partículas de rochas, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo e organismos (plantas e animais).

Grupos principais:


- Erosão natural, geológica ou normal: processo natural de evolução da superfície dos terrenos, que se desenvolve de forma lenta e contínua, em condições de equilíbrio com a formação do solo.

Figura 1- Grand Canyon (Arizona - EUA) e Vila Velha (Ponta Grossa - PR - Brasil)

- Erosão acelerada ou antrópica: processo induzido pela intervenção humana, que se caracteriza por ser altamente destrutivo e desenvolver-se rapidamente, com uma intensidade superior à da formação do solo, não permitindo, desta forma, sua recuperação natural.


Classes de processos erosivos:


1. Erosão hídrica: processo erosivo causado pela água das chuvas, tem abrangência em quase toda superfície terrestre em especial nas áreas com clima tropical. Um exemplo é a erosão por splash, como pode ser visto na Figura 2.

Figura 2 – Erosão devido ao impacto das gotas de chuva


  • Erosão laminar: transporte de partículas do solo pelo escoamento superficial difuso, resultando na remoção progressiva e uniforme das camadas superficiais do solo. Esse tipo de processo está principalmente associado às práticas inadequadas de uso do solo, em atividades tais como: agricultura, pecuária, dentre outras. Gera grandes prejuízos às terras agrícolas pois fornece grandes quantidades de sedimentos que vão assorear rios, lagos e represas.

Figura 3 – Exemplos de erosão laminar


  • Erosão linear: causada pela concentração das linhas de fluxo das águas de escoamento superficial. Os processos associados à formação de erosões lineares profundas, são comandados por dois conjuntos de fatores condicionantes:

- Antrópicos: deflagram o processo erosivo imediatamente ou após certo intervalo de tempo. Ex: Desmatamento e formas de uso e ocupação do solo (agricultura, obras civis, urbanização, etc.).

- Naturais: determinam a intensidade dos processos. Ex: a chuva, a cobertura vegetal, o relevo, o tipo de solo, e o substrato rochoso.

Em ordem crescente de evolução, este processo erosivo pode ser classificado segundo os três tipos básicos:



- Sulcos: pequenas incisões na superfície, na forma de filetes muito rasos, de até 0,5 metros de profundidade, perpendiculares às curvas de nível.



Figura 4 – Exemplo de sulcos


- Ravinas: apresentam profundidade maior que 0,5 metros, perfil transversal em “V” e forma retilínea, alongada e estreita. Raramente se ramificam e não chegam a atingir o nível freático, além disso, podem ocorrer movimentos de massa devido ao abatimento de seus taludes.

Figura 5 – Exemplo de ravinas

- Voçorocas: caracterizado por um processo erosivo desenvolvido por influência não somente das águas superficiais, mas também dos fluxos de água subsuperficiais. As voçorocas em geral são ramificadas, de grande profundidade, sendo que em estágio avançado possuem paredes irregulares e perfil transversal em “U“ (base alargada pela água).

Figura 6 – Exemplo de voçorocas


Um exemplo de fenômeno causado pela voçoroca é o Piping que consiste no carreamento de pequenos grãos do solo, partículas de argila e outros colóides que resulta na formação de dutos (pipes) ou túneis na massa de solo.


Figura 7 – Piping

2. Erosão eólica: ação combinada do vento e da gravidade na desagregação e remoção de partículas de solo e rocha através do impacto das partículas sólidas carregadas pelo vento.


Mecanismos:

  • Corrosão: processo de desgaste físico das rochas através, principalmente, do impacto e/ou atrito de partículas transportadas pelo vento (eólica), pela água (fluvial, de marés, correntes) ou pelo gelo (de geleira).

Figura 8 – Exemplos de erosão eólica

  • Deflação: caracterizada pela retirada superficial de fragmentos mais finos. Ocorre frequentemente em regiões de campos de dunas com a retirada preferencial de material superficial mais fino (areia, silte), permanecendo, muitas vezes, uma camada de pedregulhos e seixos na superfície erodida.

3. Erosão de leitos rochosos: processo erosivo de maciços rochosos pela ação que ocorre em cachoeiras, corredeiras e falésias.

O processo de erosão pela água nesse caso atua de forma diferente daquele que atua em materiais soltos, e se desenvolve da seguinte forma:


Figura 9 – Exemplo de erosão de leitos rochosos


Medidas para controle da erosão:


- Medidas de prevenção:

  • Em áreas urbanas: não remover a vegetação; canalizar adequadamente as águas servidas e pluviais; evitar cortes no solo que exponha os horizontes mais erodíveis; proteger os taludes com vegetação ou outro material; controlar da expansão urbana em locais suscetíveis à erosão.

  • Em áreas rurais: manutenção da vegetação em condições para proteger o solo contra o impacto das gotas de chuva e do ressecamento; adoção de práticas agrícolas adequadas à conservação do solo (uso do solo em curvas de nível ou terraços, mantendo faixas de proteção).

- Medidas de correção:

  • Uso de estruturas para evitar o carreamento de materiais (Barramentos de retenção); proteção dos taludes (vegetação natural, biomantas, etc); construção do sistema de drenagem (valetas/canaletas, bueiros, dissipadores de energia).

Resultados da erosão:


  • ·Assoreamento: acumulação de sedimentos que ocorre quando a força do agente transportador natural é elevado pela força da gravidade ou quando a supersaturação das águas ou do ar permite a deposição de partículas sólidas.

O assoreamento de um corpo d’água pode acarretar: perda de volume de reservatórios; redução da profundidade de canais; perda de eficiência de obras hidráulicas; deterioração da qualidade da água; alteração e morte da vida aquática; etc.


A intensificação desse processo ocorre em geral por:

- aumento da erosão hídrica, em consequência de práticas agrícolas inadequadas;

- obras de infra-estrutura precária de urbanização;

- modificação da velocidade dos cursos d ́água devido à implantação de barramentos, desvios, etc.


O processo de assoreamento é bastante intenso em regiões de solos arenosos finos, derivados de formações geológicas sedimentares.

Figura 10 – Exemplo de áreas assoreadas

  • Subsidências e colapsos: o primeiro é um processo de deformação ou deslocamento de direção essencialmente vertical descendente, que se manifesta pelo afundamento de terrenos. O segundo é um processo de movimento brusco do terreno. São causados de duas principais formas:

- naturais: (dissolução de rochas (carstificação), acomodação de camadas do substrato pelo peso próprio ou por pequena movimentação segundo planos de falha, etc);

Figura 11– Dolina formadas pelo rebaixamento lento do terreno


- aceleradas pela ação humana: bombeamento de águas subterrâneas; recalques por acréscimo de peso devido a obras e estruturas; galerias de mineração subterrânea; obras subterrâneas de drenagem mal executadas.


Figura 12– Subsidências em áreas urbanas


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